domingo, 5 de abril de 2009

Uma época..Agora


Sabe quando você começa a ler um livro e não sabe onde vai dar e ao mesmo tempo você vai reconhecendo a história ao longo da leitura como se você já tivesse realmente vivido aquela descrição?
Eu me sinto assim quando leio ON THE ROAD, do Jack Kerouac



Neil Cassady/Dean Moriatty e Sal Paradise entraram na minha vida, pela janela feito no livro, que para quem não conhece, como dizem "a bíblia do movimento beat", é questão de ordem conhecer.

Lançado em 1957 nos USA (o livro se passa na segunda metade dos anos 40), após a geração perdida como foi chamado aqueles jovens, em meio a guerra fria e toda a hipocrisia de uma sociedade que deslumbrava seu modelo de vida ao mundo, o livro foi um tremendo sucesso, justamente por ir contra tudo isso, contra os moldes, costumes e outros tipos de literatura como a de Ernest Hemingway. No universo de Kerouac não havia espaço para heróis, mocinhas, ou algo do tipo, seus personagens eram reais, eram vagabundos, prostitutas, desenganados, desempregados, delinqüentes juvenis, escritores fracassados (como ele próprio), loucos e alucinados de todo tipo que viviam espalhados pela "Bela América", em seus guetos, submundos, em seus bares imundos, praças e rodoviárias sem graça.

No livro, Sal Paradise narra suas aventuras e desventuras pela América ao lado de seu amigo Dean Moriatty, cinco anos mais jovem que ele e completamente louco, demonstrando suas teorias pelos quatro cantos, suas teses de vida e suas satisfações. Com amigos espalhados em toda a América, Sal e Dean partem em busca de algo que nem mesmo eles sabem o que é, em meio a efervescência do jazz, descoberta e consumo de drogas, caronas de beira de estrada e mulheres, fazendo assim um retrato de toda uma geração americana que não era demonstrada, ficando no gueto, multifacetados na sua própria essência.

Lendo agora, apesar de não ter a mesma idade de outrora e não possuir os mesmos sonhos, consolido em minha mente, "On The Road" como um livro básico, um retrato de uma geração. Contra-literatura, literatura marginal, ou como todos chamam a "beat generation" foi fundamental para o mundo das artes contemporâneas, impossível imaginar a obra sem ela e com a mesma desenvoltura de Bob Dylan, Jim Morrison, Lou Reed, Andy Warhol, entre outros tantos. Simplesmente fundamental. Guardarei o livro para posteriores leituras no decorrer da vida e algumas outras singularidades a serem descobertas através de Sal Paradise e Dean Moriatty.



Pensei o tempo inteiro durante a leitura no meu amigo PETER, pois associei ele ao personagem Dean, um cara que gostava de pegar a estrada, viajando de leste á oeste no território americano, viajar pra ele era a liberdade suprema, podia ser num vagão de trem de carga junto com vagabundos, pedindo carona, mas o que ele mais gostava era dirigir em alta velocidade, 120 por hora, e quando o carro era bom, 170. Mas por que eu associei o PETER ao Dean? Bem, o PETER atualmente mora em Salto, ontem a gente se falou pelo msn e ele ainda está lá em Salto e que gostaria que a gente saísse num pinhão, o PETER é imprevisível, assim como Dean. Dean costumava viajar milhares de km só para ver seu amigo Sal e no dia seguinte já estava voltando pra casa. O PETER também é capaz dessas coisas. Além disso o PETER namora uma menina que mora em Goiás. Dean era totalmente maluco, foi casado três vezes, sempre que viajava se apaixonava por uma garota a ponto de se casar. Em Nova Iorque ele tinha uma mulher, em San Francisco outra, suas mulheres sabiam que ele tinha outros casos, mas compreendiam, de uma certa forma, o espírito inquieto, confuso, mulherengo e infantil de Dean e se apegavam a ele mesmo com todos esses defeitos. Há ainda outras semelhanças, como o prazer pelo álcool y otras cositas más.








Jack Kerouac e seu amigo Neal Cassady

Neal Cassady é Dean em "On The Road"

Peter é o Dean e talvez eu seja o Sal

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